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Cláudio Silva
Educação
Ex-secretário de Educação em Apucarana e ex-presidente da UNDIME-PR. É proprietário da Escola Nossa Senhora da Alegria e Colunista do AN Notícias e Jornal Apucarana Notícias.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, pois o Site e Jornal Apucarana Notícias pode não comungar com as mesmas ideias.
11/09/2014 09h43

ESSE NÉLIO SABE DAS COISAS!



                                           ESSE NÉLIO SABE DAS COISAS!
                                                     *Por Cláudio Silva
 
“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas por aquelas que permitem a maldade”. ( Albert Einstein)

O meu amigo Nélio é sempre um bom papo. Mesmo passando ultimamente por uma fase de muitos problemas familiares, a sua conversa é sempre agradável. Com o seu jeitão peculiar consegue abordar assuntos complexos de forma simples e interessante. O seu semblante é normalmente sério, voz forte e com uma entonação que denota que ele encara a vida com muita responsabilidade. É um homem forte e resoluto, e de estatura que pode ser considerada alta para os padrões brasileiros. A calvície já acentuada ele a completa no barbeiro. Diz: “Ah! É mais fácil raspar tudo de uma vez, dá menos trabalho!” As marcas no rosto e as mãos calejadas indicam que a sua vida não deve ter sido nada fácil. O que ressalta nele é a seriedade e o senso de verdade que consegue imprimir às palavras ao falar olhando as pessoas diretamente nos olhos. Tem, eu diria, o perfil do guerreiro, um soldado, um valente. Hoje me disse na sua maneira direta e sem floreios: “Professor, o senhor já decidiu em quem vai votar?” E me revelou a sua preocupação sobre o que o resultado das próximas eleições pode representar. Confesso que ainda preciso definir alguns detalhes para compor a minha lista final de escolhidos, mas uma coisa é certa, a conversa com o Nélio ativou o meu processo de reflexão. Ele está passando por uma crise financeira por conta da minguada aposentadoria para fazer frente às dívidas que precisou adquirir por problemas inesperados de saúde na família, incluindo cirurgias, acabando por desorganizar as finanças. Tem estado às voltas com as contas a pagar, o que tem feito sempre com atraso, situação que se agravou muito mais neste ano em que várias tarifas subiram de forma assustadora. “Talvez”, disse ele, “no embalo da copa do mundo, as pessoas não prestaram muita atenção, e eles aproveitaram para subir tudo neste ano, né?” Estou tentando reprisar exatamente como ele se expressa. “E pensar que prometeram que iriam facilitar a vida do povo, resolver os nossos problemas. Facilitaram a vida deles, isso sim, safados! Ah! Mas me aguardem na próxima eleição, cambada, a batata de vocês já está assando”. E tasca um palavrão da sua abundante coleção, o que faz com tanta simplicidade no seu jeito rude, que as pessoas nem se importam, achando até graça. E toda quarta lá está o Nélio no grupo de oração, buscando na fé as forças que precisa para continuar travando as suas lutas, as quais quase já o levaram à uma depressão. Outro dia na igreja, vendo-o orando compenetrado disse para mim mesmo, ali está um grande homem. “Uma questão está difícil”, me dizia ele, “em quem votar, professor? Parecem todos iguais, pode ver.”  Realmente, o meu amigo tem razão. Desses que aí estão, quais poderiam ser representantes dignos e competentes? São decisões que pedem em verdade muito discernimento de cada cidadão e cidadã, considerando que diante da situação do país e da crise internacional este é um dos momentos mais decisivos para o futuro de todos nós.  Não é tarefa fácil. Principalmente quando se faz uma análise mais acurada dos vários perfis aí apresentados. O horário político eleitoral em certos momentos beira à bizarrice. Alguns candidatos parecem duvidar da inteligência alheia pelos argumentos que apresentam para pedir o voto. Farisaísmo, promessas absurdas, mentiras deslavadas. Outros já nem fazem questão da seriedade e partem descaradamente para a zombaria e o escracho. Uma coisa é certa, como o Nélio, também estou definindo alguns critérios de escolha. Dentre eles posso apontar a ética, a competência e o desprendimento pessoal. Porque ética e competência somadas ao egoísmo e busca de interesses pessoais, também não combinam, faça-me o favor. Outro critério é analisar a postura que o candidato teve quando exerceu cargos ou funções públicas, e como se portou em momentos candentes. De que lado se posicionou quando esteve em jogo a justiça ou os interesses da maioria, sobretudo dos mais fracos? Quem pactua com a injustiça ou que diante dela se omite, se assemelha ao algoz. O justo “não se alegra com a injustiça e com o mal”. É nos momentos agudos que se conhece o verdadeiro brio de alguém. Vale ainda refletir, o que ele já produziu concretamente no exercício de um mandato? Se foi no legislativo, exerceu bem o papel de fiscalizador dos atos do executivo? E quais foram as leis que efetivamente produziu ou defendeu? Se no executivo, qual é o histórico de realizações concretas? E na vida privada, qual a sua contribuição efetiva para o bem da sociedade? Ou será que pretende fazer do cargo mais uma extensão dos seus negócios? De promessas o inferno anda cheio, dizia a Dona Marina, cozinheira da nossa república na época da faculdade. O Nélio, fez outra das suas tiradas curiosas: Já tomei algumas decisões, professor. Uma delas é de que não vou eleger uma placa”. Realmente, ele está corretíssimo, placas, cartazes, faixas, bandeiras e santinhos não dizem objetivamente muita coisa além da bendita poluição visual que chega a incomodar. Porém, servem para deixar bem evidentes os rostos dos aventureiros que só aparecem em épocas de campanha. E para os demais que estarão disputando a eleição, as placas ajudam a fazer um balanço de quem efetivamente são. Numa comparação curiosa, das tantas que o meu amigo já fez: “Estamos para fazer uma longa e arriscada viagem, vamos cruzar o mar e embarcamos num grande avião. No momento estão sendo selecionados o comandante que irá pilotar a aeronave e toda a tripulação. A quem você vai confiar a sua vida e a da sua família? Seguro morreu de velho, meu amigo!” Valeu meu caro Nélio! Quanta sabedoria colhida na escola simples da vida! Você sim é o professor!
Pense nisso!


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*Cláudio Silva é mestre em Educação, ex- Secretário de Educação de Apucarana-PR e ex- presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR. Diretor da Escola Nossa Senhora da Alegria                                                                                                                   
(mais textos do professor poderão ser acessados no site
Prof. Cláudio Silva Educacional)
Ficha Técnica:Estrutura: Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva – MTE 000 9817 /PR Revisão:  Psicóloga Mestranda USP Cláudia Yaísa Gonçalves da Silva.

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