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Apucarana, 20 de Abril de 2024

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Cláudio Silva
Educação
Ex-secretário de Educação em Apucarana e ex-presidente da UNDIME-PR. É proprietário da Escola Nossa Senhora da Alegria e Colunista do AN Notícias e Jornal Apucarana Notícias.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, pois o Site e Jornal Apucarana Notícias pode não comungar com as mesmas ideias.
03/08/2013 09h37

OSCAR, O EQUILIBRISTA - um conto

                    *Por Cláudio Silva
 
Obs. sugerimos que leia o conto ouvindo a música acima

A cena curiosa do equilibrista chinês com os pratos é inspiradora.

Certa vez, ouvi de um ex-aluno,  que acabara de ser promovido a gerente geral de um banco:
 
Professor, eu hoje me sinto realizado,  porque “batalhei” muito para chegar até aqui!

Era visível o seu contentamento. Com a promoção, os seus rendimentos aumentaram consideravelmente, elevando o padrão de vida da família,  conferindo-lhe maior estabilidade. Sem falar no glamour e regalias proporcionados pela nova posição - algo realmente empolgante na carreira de um profissional jovem e cheio de planos e ambições.

Mais ou menos uns quatro anos depois, eu o reencontro, e confesso que não esquecerei o impacto que o seu aspecto me causou. Parecia outra pessoa. Estava muito magro, abatido e com um semblante triste. O que teria acontecido com Oscar? (nome fictício) Alguma doença grave,  justamente em um momento que desfrutava de uma situação invejável? Algo realmente preocupante deveria estar acontecendo. Aparentava cansaço, respiração meio ofegante, e ressaltavam em seu rosto  profundas olheiras das pessoas que não dormem bem.
 
Com expressão desolada, resumiu a sua condição atual:
 
- Ah, professor, fiz tudo errado! Minha vida virou de cabeça pra baixo. Só estou vivo por um verdadeiro milagre.
 
Tentando disfarçar o meu sentimento de choque, para não aumentar o clima de constrangimento, fiquei a imaginar quais poderiam ter sido os erros a que ele aludia. Afinal, sempre o admirara por ser um ser humano exemplar. Principalmente pelo seu espírito de profissionalismo e caráter. Tanto que várias vezes o citara em aulas e palestras.
 
- Rapaz, o que aconteceu?  - quis saber sensibilizado, disposto a ajudá-lo.  Em momentos assim, é preciso cuidado: corre-se o risco de sermos tentados pelo “demoniozinho” da curiosidade mórbida, sequioso por novas notícias, apenas para distribuí-las na próxima rodinha de conversas.
 
- Olha,  professor,  foram várias coisas ao mesmo tempo. Hoje, vejo que me deixei levar por um espírito insaciável de ambição e vaidade. Além de lutar para manter a minha posição, me tornei obsessivo em ser o primeiro sempre. E também me faltou muita sabedoria.
 
- Como assim, sabedoria? - tentei entender. Pessoalmente, não via nenhuma anormalidade em alguém que se dedica tanto ao que faz, pelo contrário.
 
- Não tive sabedoria ao não estabelecer prioridades, o que me custou muito caro. Um dos grandes erros foi ter colocado a carreira em primeiro lugar, como a coisa mais importante na vida. E, na empolgação, me joguei 100% ao trabalho, deixando de lado outras coisas que, hoje, vejo como fundamentais e das quais jamais deveria ter descuidado. Poderia ter conduzido a vida de outra forma.
 
Suas constatações me fizeram recordar uma paráfrase inspirada em um pensamento do filósofo Nietzsche:
 
“A viagem até nós mesmos é sempre a mais longa e tortuosa, pois implica dar muitas voltas para encontrar algo que estava tão perto que éramos incapazes de ver”
 
Oscar continuou:
 
Eu me impus bater todas as metas estabelecidas pelo banco, e sempre superar os gerentes da minha posição para manter-me em evidência. Metas que iam ficando cada vez maiores e até absurdas.  Éramos induzidos a uma competição insana entre nós. O que importava era o sucesso pessoal a qualquer preço. E sucesso àquela altura significava mais e mais poder, riqueza e prestígio.

 Enquanto o ouvia, pensava em algumas pessoas bem intencionadas que conheço, e que estão agindo exatamente como ele. Talvez também mergulhadas em processos que podem estar consumindo-as aos poucos, privando-as do melhor da vida. Ele seguia explanando:
 
- Eu já não conseguia espaços na agenda para “curtir” momentos com a esposa e os nossos dois filhos, mesmo amando-os muito.  Às vezes até sentia que me atrapalhavam. E procurava aliviar o peso da consciência, tentando convencer a mim mesmo que tudo o que fazia era pelo bem deles. Ledo engano, pois eu lhes dava coisas, mas não lhes dava a mim mesmo. Certa vez, como acontecia com frequência, eu havia chegado bem tarde da noite por conta de outra de nossas reuniões de diretoria, que de costume eram concluídas num “happy hour” regado a muita bebida. Saí de lá alto como de outras vezes. Antes de me deitar fui dar o costumeiro beijo de boa noite na esposa e nas crianças, quando percebi que a caçula já dormia profundamente. Talvez cansada de tanto esperar pelo pai que,  mais uma vez,  não chegaria a tempo para ler uma daquelas adoráveis historinhas,  que a levavam,  em sua imaginação pura de criança, a mergulhar em cenários fantásticos habitados por reis, fadas e príncipes encantados. Conforme o seu hábito, ela havia adormecido com o polegar na boca, abraçada ao seu inseparável ursinho de pelúcia, e podia-se perceber que havia chorado.

Aquele quadro o tocou profundamente, revelou. Ainda meio entorpecido pelo álcool,  ficou ali com os olhos presos àquela cena, contemplando com o coração dilacerado aquele pequeno ser que verdadeiramente o amava, mas que estava recebendo tão pouco dele. Naquele momento,  veio-lhe à lembrança uma frase do filme “Antes de Partir”,  que o marcara,  no contexto da história dos dois personagens,  interpretados por Morgan Freeman e Jack Nicholson: "As duas crenças dos egípcios para conquistar o paraíso: encontrou alegria em sua vida? Você proporcionou alegria aos outros?

 - Meu Deus, o que estou fazendo da minha vida? Isso é vida? – lamentou em meio a um conjunto de reações físico-emocionais que o acometia sempre que se autorreprovava. Nessas ocasiões fechava os olhos e comprimia fortemente os lábios, ao mesmo tempo em que movia lentamente a cabeça de um lado para o outro em sinal negativo, e inspirava e expirava profundamente.

As lágrimas corriam pelo seu rosto, e um nó parecia crescer-lhe na garganta a ponto de sufocá-lo. Desolado, resolveu sair um pouco de carro. Sentia que precisava reorganizar as ideias e fazer alguma coisa para mudar os rumos que a sua vida havia tomado. Antes, procurou acalmar Clarice, a esposa, dizendo que não ficasse preocupada, que estava bem e não demoraria. Mas o semblante angustiado dela refletia as preocupações e temores de que algo grave pudesse vir a acontecer. E Oscar saiu, sentindo no coração que, na realidade, nada estava bem, e precisaria reencontrar-se urgentemente. Sentia-se perdido.

- Naquela noite – disse - depois de dirigir por um bom tempo,  sem destino,  pelas ruas da cidade, estacionei num lugar solitário.
 
Aquele parecia ser um lugar propício para o momento de reflexão a que se impusera. Dali, a vista da cidade destacava a imagem da padroeira no alto da torre da catedral, e os conjuntos de prédios iluminados que, a distância, pareciam cristais resplendentes. Outro quadro era proporcionado pelo lago, tendo ao fundo o imponente prédio do hospital em estilo de palácio japonês, que visto de longe,  iluminado, parecia flutuar sobre as águas. O contorno do lago era destacado pelo brilho das luzes dos postes e dos faróis dos veículos que circulavam pela avenida que o margeia e,  naquela noite enluarada, suas águas pareciam querer acolher em si todas as luzes. Com os olhos perdidos no horizonte, Oscar continuava ouvindo as canções que iam se sucedendo no player do carro. Ele mantinha gravado num pen drive um repertório com suas músicas preferidas, que apreciava ouvir principalmente durante as viagens. Faziam-lhe bem. Naquele momento, os sons de “Timer after time” executado por Miles Davis, pareciam provir de outra dimensão. Tudo compunha o cenário de um momento mágico: a música, o vento frio, que lhe roçava suavemente o rosto, o balé coreografado dos galhos das árvores balançando, a visão da cidade iluminada. Mas o seu coração continuava amarrado.

- A sensação era de estar num lugar totalmente desconhecido - disse . Como até hoje não havia percebido detalhes tão interessantes da minha própria cidade?  Na verdade, a minha vida com tudo o que ela tem de melhor estava indo embora aos poucos, semelhante à areia que escoa entre os dedos, e eu não estava percebendo. O que estaria acontecendo comigo?  - pensava. E prosseguia em sua narrativa :
 
Eu já não encontrava tempo para nada, nem mesmo para mim. Vivia às pressas, correndo de um lado a outro ou preso ao telefone. Eu me tornara um fissurado pelos smartphones, quase um dependente digital. Muitas vezes, mesmo durante uma conversa na mesa de trabalho ou num restaurante, disfarçava e acessava e-mails e redes sociais. Já havia até me flagrado tendo essa atitude em lugares inusitados como no meio de uma celebração religiosa. E, mesmo em casa, consumia tempos preciosos devaneando de um site a outro. Adquiri até o hábito de já deitado continuar navegando até bem tarde da noite. Constatei que sem perceber fui aos poucos me transformando numa pessoa sem profundidade. Até as práticas da boa leitura e da meditação, que tanto valorizei ao longo da vida, foram sendo deixadas de lado.

Confesso que a narrativa da sua experiência estava sendo uma oportunidade de rever as minhas próprias atitudes. E foi com essa disposição que continuei ouvindo-o atentamente. As nuances que a emoção conferia à sua voz e ao seu semblante, e os detalhes da narrativa, tornavam ainda mais impactante a sua história. Começava a abordar os descuidos consigo mesmo:
 
 - Revendo meus hábitos e atitudes,  fui percebendo que me encontrava numa situação de perigo - além de viver fugindo dos médicos, descuidava totalmente da qualidade de vida. Normalmente dormia mal. Tanto que, quando não me valia de um comprimido para dormir, acordava várias vezes durante a noite e permanecia insone, pensando nos problemas de trabalho. E, costumeiramente, levantava cansado, pelo que já me habituara a tomar estimulantes para tentar suportar os embates do dia. Um perigoso círculo vicioso, agravado pelo fato de fumar e beber em excesso e comer de forma compulsiva.

Essas constatações compunham um quadro altamente perigoso, uma bomba capaz de detonar a qualquer momento. Pensando assim, voltou para a casa decidido a mudar de vida. Uma frase atribuída a Buda diz que “o carpinteiro molda a madeira, os arqueiros moldam flechas e o sábio molda a si mesmo.” Era o que ele precisaria fazer.

 E, nos tempos que se seguiram, Oscar procurou cumprir o que se autodeterminara, mas, imerso na labuta do dia a dia, foi aos poucos cedendo e retomando velhos hábitos. Até que um dia o  que  tanto  temera  veio realmente a acontecer.  Assim descrito por ele:

Estava em casa, num sábado à tarde, literalmente enterrado no sofá vendo televisão,  e como de praxe  nesses momentos, atacando a geladeira. Nessa altura, eu já era considerado um obeso, por estar muito acima do peso ideal. Naquele dia, sendo eu um torcedor fanático, aguardava ansioso pelo início da partida de  final de campeonato do meu time e, enquanto não tinha início, eu ficava ali correndo com o controle remoto de um canal para o outro. Não querendo ser incomodado durante o jogo, havia deixado as crianças na casa da minha irmã, brincando com os primos. Clarice tinha ido ao salão. De repente, comecei a sentir uma dor muito forte no peito, seguida de um calor que parecia queimar-me por dentro. Ao mesmo tempo não conseguia mover os braços, e um suor profuso irrompeu, banhando-me a camiseta. Era uma sensação horrível de desconforto nunca antes sentida. Curiosamente, também sentia frio e fui aos poucos desfalecendo. Tentei gritar pedindo ajuda, na esperança desesperada de ser ouvido pelos vizinhos, no entanto minha voz simplesmente não saía. Foi quando, o que eu hoje considero um verdadeiro milagre,  dada à confluência de coincidências, aconteceu.

Ele contou que Clarice havia esquecido a bolsa ao sair e retornara para buscá-la. Quando adentrou a sala, encontrou-o já caído e enfartando. O impacto foi descrito por ela como se estivesse em meio a uma cena de filme de terror. Em estado de choque, diante do seu companheiro e pai dos seus filhos, do amor da sua vida, prestes a perder a vida, reviu em segundos, flashes de uma história de sonhos iniciada há muito tempo, e que poderia estar terminando ali. A fase do namoro com os inesquecíveis passeios, simplesmente a caminhar de mãos dadas pela cidade, sentindo-a, contemplando-a, ouvindo-a. Em sua mente, mantinha os registros de imagens, sons, cheiros. Como se divertiu a primeira vez que foram passear numa reserva florestal e passaram horas jogando pão seco para carpas de tamanhos e cores variadas, que acudiam em grande número, compondo coreografias que prendiam a atenção. Lembrou-se do cuidado de Oscar para que,  nessas saídas, passassem por “coincidência”, por lugares onde poderiam saborear guloseimas que ela apreciava. E, a cada passeio, uma nova surpresa. Após um tempo de muitos planos em que, é claro, ressaltava-se a construção de um pequeno reino encantado, onde os filhos pudessem crescer felizes e os dois envelhecerem em paz.  Em que organizariam cada cantinho com um carinho todo especial, veio o casamento.  Ela prometera e acabara cumprindo, pessoalmente, a organização de espaços para as duas das paixões dos dois: a biblioteca que abrigaria os livros que tanto apreciavam e um cantinho musical, em que ele pudesse curtir o seu amor pela música com o inseparável violão, cantando com os filhos. Cultivaram pessoalmente um jardim com muito verde e as flores que apreciavam. E despertavam todos os dias ouvindo o cantar dos passarinhos e os latidos de um cãozinho companheiro. Tudo isso se realizou. Vieram os filhos, lutaram muito, cresceram profissionalmente,  enfrentaram dificuldades e venceram, mas esta parecia estar sendo a maior delas. Seria o fim da história dos dois?

Despertando daqueles poucos segundos de torpor, Clarice se viu gritando desesperada, logo acudida por várias pessoas que solidariamente acorreram. E conseguiram providenciar para que Oscar pudesse ser socorrido a tempo. Ele passava a ter a sua segunda grande oportunidade na vida.

Agora, meu amigo luta para curar-se da depressão e dar conta das já conhecidas exigências: regime alimentar, abandonar o cigarro e o álcool, praticar atividades físicas. E reavaliar suas posturas diante da vida. Isso, nas palavras do seu médico, se quiser continuar vivendo e de forma saudável. Ao negligenciar aspectos essenciais para uma vida equilibrada, ele hoje está sofrendo as consequências. “O que o homem semear, isto colherá.” (Gál 6:7)

Observe-se que esse tipo de crise tão presente na vida moderna, normalmente não está circunscrito a um único motivo isolado, sendo contextual. Suas implicações envolvem vários aspectos interdependentes que merecem um aprofundamento. Mas, sendo impossível estabelecer considerações mais abrangentes no curto espaço de uma crônica, foram selecionadas quatro dimensões essenciais da vida humana, para uma rápida reflexão: a pessoal, a familiar, a comunitária e a profissional.

Na dimensão pessoal, obviamente estão os cuidados com a qualidade de vida e o desenvolvimento humano, que é permanente. A frase de Hipócrates é atual: "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio". E aí, além dos alimentos digamos convencionais, incluem-se aquelas práticas que contribuem para a harmonia e o bem-estar psíquico, como o lazer, a boa leitura, as várias expressões de arte e cultura, a espiritualidade e o contato com a natureza. Todos nos lembramos de momentos sublimes proporcionados pela leitura de um livro, um poema, uma canção ou um filme. Tanto que certas passagens da nossa vida parecem marcadas por uma trilha sonora. Igualmente, converse com pessoas que mantêm o hábito de cultivar um jardim,  lidar com plantas, e observe o bem proporcionado por essas práticas. Ainda, nesse contexto, o cultivo da fé é um dos pilares relevantes para uma vida equilibrada e harmoniosa. E, quanto ao desenvolvimento humano, é pertinente trabalhar para melhorar aspectos da personalidade e caráter que compõem o nosso perfil ético e moral. Periodicamente, é recomendável questionar-se sobre quais estão sendo as suas forças e fraquezas pessoais. E trabalhar com afinco para consolidar as forças e,  aos poucos, ir eliminando as fraquezas. Quantas pessoas, por exemplo, são inteligentes e criativas, até brilhantes, mas lhes falta a força de vontade, ou apresentam falhas de caráter. E, por isso, não avançam na vida por não conseguirem superar essas limitações humanas.

A dimensão familiar é, normalmente, a mais enfatizada e é, paradoxalmente, na família que se iniciam grandes focos de crises. Requer atenção o cultivo permanente da convivência fraterna, observando-se a qualidade do tempo em comum, a valorização de atividades escolares, religiosas, esportivas e culturais. Nesse contexto, nunca é demais alertar sobre a necessidade de controle das finanças familiares, para evitar tensões e conflitos, e fortalecer a serenidade e harmonia. A prática do planejamento financeiro é um importante instrumento para organizar as despesas, investimentos, e atender emergências e outros aspectos da realidade familiar. Família será sempre sinônimo de amor, sensibilidade, cuidados e cultivo.
 
Na dimensão comunitária, consideremos com John Donne que “nenhum homem é uma ilha”, e de que se não nascemos para viver isolados, a nossa inserção e participação na vida da comunidade fortalecerá o sentimento de pertença, significância e razão de existir. O mundo melhor começa a ser construído a partir da minha aldeia. Cultive as boas amizades, visite e receba amigos e parentes, integre-se a grupos religiosos, filantrópicos e sociais. E, envolva-se em questões de interesse da coletividade, desde assuntos do seu condomínio, sua rua, bairro ou cidade, às grandes questões de caráter geral , como o aquecimento global. A experiência de integração o fará ver que você nunca está só.

E finalmente, a dimensão profissional - uma decorrência das demais. Porque não envolve apenas o caráter técnico e a capacitação, mas também e,  fundamentalmente, as questões de aprimoramento humano, já abordadas anteriormente. A quantas carreiras brilhantes assistimos com frequência naufragar por problemas de personalidade difícil, fraqueza moral ou problemas éticos. Apenas para citar, um dos maiores geneticistas das Américas, considerado um gênio da reprodução humana, é no momento um foragido da justiça. Uma pesquisa publicada há  tempos  pela revista VOCÊ S.A apontava que 87% das demissões de altos  executivos e profissionais de  primeira  linha, estão ligadas a fatores comportamentais. Estando em primeiro lugar, “ser uma pessoa temperamental, de difícil relacionamento e mal-educada.” Portanto, não basta ser um grande profissional no sentido técnico, mas que também o seja em qualidades humanas essenciais.

Finalizando, para alcançar uma vida saudável, uma das propostas é, portanto, buscar a harmonia e o equilíbrio entre as suas várias dimensões. Na imagem do equilibrista chinês lembrada no início, joga-se com vários pratos simultaneamente e nenhum deles pode cair, pois,  caso contrário,  a vida escoa e corremos o risco de passar por ela sem saborear o seu fascínio. E sem dúvida ela é o nosso maior bem. Viva a vida com sentimento de pertença, pois como bem alertava Charles Chaplin:
 
 “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria, e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”

Pense nisso. Um abraço!

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*Cláudio Silva é mestre em Educação, ex- presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação-UNDIME/PR, foi Secretário de Educação de Apucarana-PR (gestões  2005-2008 e  2009-2012 ) e  Secretário  de  Ensino  Superior ( 2012)
 
mais textos do professor poderão ser acessados em CRÔNICAS E ESCRITOS DO  PROF. CLÁUDIO SILVA

Esta publicação contou com a participação especial da Professora  de  Língua  Portuguesa  Ana Britici Valério nos trabalhos de revisão e editoração da Jornalista Cláudia Alenkire Gonçalves da Silva - MTE 0009817/PR.