Caminhoneiros continuam com bloqueios em Apucarana e sem previsão de liberaçõesProtesto gera falta de comida e combustíveis no Estado do Paraná
O protesto de caminhoneiros iniciado há sete dias, e que se intensificou no final de semana, já tem reflexos na economia do Estado. Municípios no Oeste e Sudoeste já sentem falta de combustíveis e a entrega de hortifrutigranjeiros nos mercados também sofreram atrasos. Ontem, o frigorífico BRF anunciou que vai adiar o abate de animais em duas unidades do Sudoeste do Paraná enquanto persistirem os bloqueios nas estradas. Ontem, o Paraná chegou a ter 22 pontos de bloqueios de caminhoneiros em rodovias estaduais e federais. Em Apucarana onde a adesão começou no Estado desde o último sábado dia (21) na BR-376 entre Apucarana-Curitiba, os caminhoneiros informaram que a situação vai se agravar, pois já estão aumentando os bloqueios de outros veículos.
"Não adianta abater os animais se não conseguimos os caminhões para o transporte", afirmou o vice-presidente de Relações Institucionais e Jurídico da BRF, José Roberto Rodrigues. O executivo viajou ontem a Brasília, onde deve se encontrar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, para discutir a questão.
A BRF afirmou que seu principal problema de logística ocorre no Paraná. A empresa enfrenta, ainda, problemas em Mato Grosso, onde seus fornecedores de ração também têm dificuldades de logística.
Ceasa — Se os bloqueios nas rodovias se prolongarem, o desabastecimento de mercados com hortifrutigranjeiros podem ficar prejudicado em breve. Ontem, já houve dificuldades em pontos isolados do Estado. Em Foz do Iguaçu, o bloqueio provocou um grande atraso no recebimento de cargas no período da manhã. A situação só se normalizou durante a tarde.
Em Curitiba, também houve bloqueio em frente à Ceasa, mas sem provocar maiores transtornos, já que a paralisação durou pouco tempo e afetou mais a saída de produtos. Contudo, se a situação no interior continuar, pode haver falta de alguns produtos que vêm de regiões produtoras do interior para a Capital.