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Apucarana, 26 de Abril de 2024

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19/06/2015 12h10

Crise chega à indústria moveleira e gera demissões em ArapongasEmpresa demitiu 105 funcionários ontem na região; sindicato patronal do polo de Arapongas

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A crise econômica começou a atingir mais fortemente a indústria moveleira do polo de Arapongas e começou a afetar os empregos. O Grupo Simbal, que tem aproximadamente 1,350 mil funcionários distribuídos em cinco unidades, demitiu ontem cerca de 105 trabalhadores, a maior parte na fábrica de Rolândia. Movimento que atinge outras empresas do setor e que já afetou ao menos 5% dos postos de trabalho na região, segundo estimativa do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima).

A Simbal demitiu ontem 85 pessoas em Rolândia, 43% dos cerca de 200 funcionários da unidade, e outras 30 em Arapongas, informou a assessoria da empresa. A justificativa foi a crise do mercado e adequações em vagas temporárias. De acordo com a Simbal, demitir é sempre o último recurso da empresa e existe a expectativa de reverter a perda de postos de trabalho entre 60 e 90 dias, desde que o setor de móveis se recupere.

Quadro que não é diferente do apresentado em outras empresas do polo. O presidente do Sima, Nelson Poliseli, afirma que boa parte das fábricas colocaram os funcionários em férias coletivas em algum momento deste semestre, mas uma redução nas vendas do setor estimada pela entidade entre 25% e 30% somente em junho, na comparação com o mesmo mês de 2014, começou a prejudicar o mercado de trabalho. "Está complicado, as empresas estão diminuindo. Infelizmente, é hora de adequar as empresas, reduzir custos e enxugar", diz.

As vendas industriais da atividade móveis e indústrias diversas caíram, em relação ao mesmo período do ano anterior, 4,51% em janeiro, 14,30% em fevereiro e 12,94% em março, segundo o último levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em maio. Poliseli considera que o mau momento econômico na atividade moveleira, aliado aos dois reajustes na tarifa de energia elétrica neste ano e ao aumento da carga tributária estadual e federal, castigaram todo o setor. "Normalmente, o segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro, mas, esta vez, não vemos perspectivas de melhora."

Mesmo a alta da cotação do dólar, que poderia contribuir para um setor que conta com poucos insumos importados, não ajuda o polo araponguense. "As fábricas da região exportam no máximo 5% e não se muda isso tão rapidamente", diz o presidente do Sima.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Arapongas foi procurado ontem para comentar as demissões, mas não havia diretores disponíveis ontem para comentar o caso.

Setor de máquinas
Se o fim da desoneração da folha de pagamentos para a indústria de transformação for aprovada pelo Congresso Nacional, deverá provocar a demissão de 150 mil trabalhadores no setor de máquinas até o fim deste ano. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza.

Ele disse ontem que o setor tem 350 mil empregos diretos e o número a ser cortado superaria o total de funcionários de toda a indústria automotiva (112,2 mil funcionários em maio). "O que vai acontecer é que, com essa confluência de juros absolutamente extorsivos, com Selic a quase 14%, que cauteriza qualquer vontade de investir, somada agora com essa reversão das desonerações, vai ser uma pá de cal. Vamos começar a demitir de forma brutal", afirmou o executivo. Ele reafirmou que o grande volume de demissões se justifica porque muitas empresas devem fechar as portas. No último um ano e meio, 35 mil vagas foram fechadas pelo setor.
Fonte: AN Notícias com Folha de Londrina