Empresário de Arapongas diz que propinas eram cobradas desde 1995Empresário relatou ao MP-PR que deu dinheiro para auditores até 1997
De acordo com o MP-PR, alguns fiscais da agência da Receita Estadual em Arapongas, subordinada à delegacia em Londrina, agiam sob o comando da quadrilha composta por auditores fiscais, empresários e “laranjas”, pessoas que foram utilizadas para a abertura de empresas.
Segundo a promotoria, os auditores abordavam os donos de empresas que deviam impostos ao Paraná e exigiam dinheiro para não aplicar multas milionárias. Ao investigar o caso em Arapongas, os promotores descobriram que a ação ocorre há pelo menos 20 anos.
Em depoimento ao MP-PR, um empresário contou que entre 1995 e 1996 pagou R$ 5 mil de propina para auditores da quadrilha suspeita de organizar o esquema. Em 1997, esse mesmo comerciante disse que novamente foi abordado, desta vez, pelo auditor Orlando Aranda - preso na Operação Publicano. Conforme o empresário, Aranda exigiu 35 mil dólares de propina.
Ao MP-PR, o empresário disse que fechou a empresa porque não suportou o assédio dos fiscais da Receita.
Conforme as investigações, outros empresários de Arapongas, todos do ramo moveleiro, também foram abordados e ameaçados por fiscais corruptos.
Para a promotoria, Orlando Aranda faz parte da quadrilha chefiada por Márcio de Albuquerque Lima, ex-inspetor da Receita Estadual do Paraná. O esquema em Arapongas foi descoberto por meio de acordos de delação premiada de empresários que pagaram propina.
“Eram cobrados valores enormes. Quantias de R$ 100 mil, R$ 200 mil, e até R$ 600 mil que foram pagas por empresários de Arapongas”, diz o promotor Renato de Lima Castro.