PF faz operação para combater a pesca predatória em ArapongasPF esteve em várias cidades do PR para prender material e suspeitos
Dos sete mandados de prisão, cinco foram cumpridos, e duas pessoas seguiam foragidas até a publicação desta reportagem. Além disso, também foram apreendidos 200 kg de pescados e algumas embarcações. A operação foi batizada pelos policiais de “Predador” e as investigações iniciaram em abril de 2013, em Diamante do Norte.
Conforme a PF, a operação revelou uma organização criminosa que realizava a pesca predatória na barragem da Usina de Rosana, na região noroeste, e revendia esses peixes para as empresas de pescado de Guaíra e Arapongas. A investigação também descobriu que colônias de pescadores eram aliciadas pelo grupo e realizavam a pesca mesmo durante o período da Piracema, época que os peixes sobem os rios até as nascentes para desovarem.
O delegado Alexsander Noronha Dias, responsável pela operação, explica que o crime ocorria com maior frequência em Diamante do Norte porque a usina não possui uma ‘escada’ que ajuda os peixes a subirem a barragem e chegarem até os pontos de desova. “Como os peixes se concentravam na barragem, essas pessoas iam até lá com uma rede e conseguiam retirar com facilidade toneladas de animais”, explica o delegado. As investigações descobriram também que em três dias os criminosos conseguiram retirar dez toneladas de peixes do rio Paranapanema. “Nos últimos meses, dourados, coringas e pacus (espécies de peixes) desapareceram do rio em função desse tipo de pesca”, acrescenta.
De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), as usinas não são obrigadas a construírem o canal que facilita a passagem dos peixes, e que, segundo a Legislação Ambiental, a pesca nesses locais é liberada há um quilômetro de distância da barragem para não interferir na reprodução dos peixes.
Durante as investigações, os policiais descobriram que o grupo atuava desde 2007 e que contava com a ajuda de diversos ‘olheiros’. Eles avisavam a organização sobre a realização de fiscalizações do IAP e da Polícia Militar Ambiental. Segundo a PF, os cinco suspeitos já foram presos em São Paulo pelo mesmo crime e são apontados como os chefes da quadrilha..
Entre os principais crimes cometidos pela grupo, segundo a PF, estão associação criminosa e Crime Ambiental. Caso sejam condenados, os suspeitos podem pegar até sete anos de prisão.
A Polícia Federal vai continuar as investigações para descobrir a localização dos dois suspeitos que estão foragidos e para identificar a responsabilidade das empresas que recebiam o pescado de forma irregular.