"Nunca vi nada parecido", diz comandante da PM sobre assalto em Borrazópolis - Notícias - AN Notícias

Até a manhã desta quarta-feira (15) nenhum dos suspeitos do assalto cinematográfico a duas agências bancárias de Borrazópolis, a 130 km de Londrina, havia sido preso. A forma de agir dos assaltantes, com armamento pesado e usando das pessoas como escudo humano, foi considerada inédita na região pelo comandante da 6ª Cia. Independente da PM em Ivaiporã, capitão Laércio Sagati. Ele disse já ter entrado em confronto com assaltantes de banco, mas em casos bem menos complexos do que o vivido por ele na tarde de terça-feira (14).

“Os assaltantes veem esse tipo de ação na TV e resolvem copiar. Nunca vi nada parecido, desde o uso dos fuzis até o fato de um dos vigias do banco ter sido levado no capô do carro para evitar qualquer ação da polícia. São situações que até vemos nos noticiários e não se espera que aconteça em cidades pequenas como Borrazópolis”, avalia.

Segundo o comandante, as buscas pelos assaltantes continuam desde a manhã desta quarta, mas ainda não há pistas do paradeiro da quadrilha, formada por cinco homens.

Cerco

Assim que foram comunicados sobre a ação dos bandidos, mais de 30 equipes policiais de diversas cidades da região foram mobilizadas. Policiais do pelotão de Choque de Londrina e do Grupo de Operações Especiais (GOE) de Curitiba foram até Borrazópolis para ajudar no trabalho de localização dos bandidos.

“Logo depois da fuga, diversos policiais fizeram bloqueios em todas as rodovias da região e possíveis rotas de fuga. Todos os carros eram parados e revistados. Sem sucesso nessa ação, os policiais foram se embrenhando nas estradas vicinais e rurais, onde conseguiram localizar um dos carros usados no assalto. A próxima medida seria entrar na mata para fazer a busca à pé, mas como o terreno é bastante acidentado e já estava de noite, não foi possível fazer essa incursão”, disse o capitão.

Recuperado

Um dos carros utilizados no assalto cinematográfico ocorrido na tarde de terça-feira foi localizado pela polícia. O Hyundai I30, onde um dos reféns foi amarrado durante a fuga dos bandidos, estava nos arredores de uma propriedade rural, a cerca de 5 km do centro da cidade.

O veículo estava avariado, sem o para-choques traseiro, e deve ajudar na identificação da quadrilha. Galhos de árvores foram colocados sobre o carro para dificultar a localização.
 

O assalto

A ação ocorreu simultaneamente nas agências do Banco do Brasil e do Sicredi, que ficam uma ao lado da outra, no centro de Borrazópolis. Fortemente armados, os bandidos deram tiros de fuzil contra a porta de vidro de um dos bancos para entrarem e praticarem o assalto.

Eles fizeram um escudo humano de funcionários e clientes dos bancos para que pudessem fugir. Mais de 30 pessoas ficaram sob a mira das armas até que os assaltantes guardassem o dinheiro roubado nos carros. A polícia acompanhou de longe toda a ação, uma vez que os bandidos ameaçaram atirar contra as pessoas caso a PM intervisse.

Na fuga, eles dispararam tiros que atingiram um supermercado que fica próximo às agências bancárias. Um veículo também foi atingido. Um dos reféns levados pelo bando foi amarrado ao capô de um dos carros. De acordo com a PM, ninguém ficou ferido na ação. O valor roubado pela quadrilha ainda não foi contabilizado, mas segundo informações preliminares pelo menos R$ 100 mil podem ter sido levados apenas de uma das agências.