Veja o vídeo de internauta: PRF libera bloqueios de caminhoneiros em Arapongas e CambéEm todo o Paraná, 37 rodovias estaduais e federais permanecem com trânsito restrito a caminhões
Mesmo com as mais recentes ameaças feitas aos caminhoneiros – como a do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de responsabilizar os líderes da paralisação – estradas da região de Londrina continuavam sob bloqueio dos manifestantes na manhã desta sexta-feira (27). A BR-369, no trecho próximo ao pedágio em Arapongas, e as rodovias estaduais PR-445 (Km 80), em Cambé, e PR-444, também em Arapongas, estavam com tráfego restrito. Por volta das 9h40, policiais orientaram os caminhoneiros a liberarem o trânsito.
Bloqueios também ocorreram em outros cinco pontos de estradas federais que passam pelo Paraná. Caminhoneiros interrompem o trânsito nas rodovias BR-373 em Coronel Vivida; BR-487 em Campo Mourão; BR-277 em Guarapuava e Irati; e BR-476 em Paula Freitas. Nas rodovias estaduais são mais 31 trechos com passagem liberada apenas para carros e motos – a maioria na região oeste do estado.
Por volta das 8 horas, um grande número de viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) seguia pela avenida Leste-Oeste em alta velocidade e com sinais sonoros e luminosos ligados. A informação preliminar era de que os veículos estavam seguindo em direção ao Pool de Combustíveis, na zona oeste de Londrina, com a tarefa de escoltar alguns caminhões-tanque.
“Isso não procede, já que a PRF não vê a necessidade deste tipo de escolta. Não há esse risco”, garantiu o inspetor Sérgio Oliveira. “Estes veículos vão seguir os trechos de rodovias federais da nossa região para garantir o cumprimento das medidas judiciais que determinam a liberação completa das pistas”, explicou.
Comando
As decisões judiciais a que se refere o policial já haviam sido cumpridas em Apucarana na tarde de quinta-feira (26). Porém, segundo Oliveira, os manifestantes se deslocaram para Arapongas para fortalecer o bloqueio que lá permanece. Não foi identificado, de acordo com o inspetor, um comando central do movimento.
“Em Londrina nós pudemos perceber que havia a presença forte de um sindicato. Em Apucarana e Arapongas é diferente, não há uma centralização. São na maioria caminhoneiros autônomos e não estão ligados a uma organização”, avaliou. Mesmo assim, os manifestantes podem ser penalizados se insistirem no bloqueio. Os caminhoneiros que tiverem as placas anotadas poderão ser multados em até R$ 10 mil. Em uma das liminares que vale para Londrina e região, a penalidade é de R$ 50 mil por hora e por condutor.
Ditadura
Para o caminhoneiro Maurílio Travain, que manteve seu veículo parado no bloqueio de Apucarana, não houve possibilidade de negociação. “Simplesmente chegaram e nos mandaram sair. Com essa multa resolvi não arriscar. Até porque, com essa ditadura do jeito que está, não dá mais para brincar”, declarou.
Ele também criticou a ausência de apoio de políticos da região. “Uns três ou quatro apareceram lá para levar água, um pãozinho, só para aparecer na foto. Quando pedimos apoio, sumiram todos”, disse Travain.